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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

127 Horas


Mãos, mãos, mãos, mãos. Mãos são insistentemente mostradas no início de 127 Horas, o novo filme de Danny Boyle, ganhador do Oscar de melhor diretor por Quem Quer Ser um Milionário. As mãos são de Aron Ralston, aventureiro americano que no filme é vivido por James Franco. As sucessivas mãos que surgem na abertura do filme não estão lá por acaso. Elas são um sinal do que está por vir. Estão lá como se para aproveitar os ultimos momentos de liberdade. Isso porque durante os 75 minutos seguintes à abertura, ou nas 127 horas seguintes no filme, uma dessas mãos permanecerá aprisionada "entre uma pedra e um lugar duro".

"Between a Rock and a Hard Place" é a autobiografia de Aron que originou o filme, e nela são contados os detalhes das terríveis horas que o engenheiro mecânico passou em uma fenda do Blue John Canyon, com sua mão presa por uma pedra.

O que Aron passou durante esses cinco dias e algumas horas foi uma verdadeira odisseia. Não contarei o que acontece durante esse tempo, porque se contasse, estragaria a graça. Mas o que posso dizer é que apenas esses cinco dias mudaram a vida de Aron pra sempre. E a maior mudança certamente não foi física, mas sim psicológica.

127 Horas é daquele tipo de filme que te faz refletir sobre a sua própria vida. É incrível como somos felizes e não sabemos. É preciso às vezes uma grande perda para nós nos darmos conta de que como somos ingratos. Tendo tudo à nossa disposição quando queremos nos faz esquecer do quanto algumas coisas são imprescindíveis, e sem elas não somos capazes de viver.

Mas certamente, se não fosse pela direção de Danny Boyle e pela ótima atuação de James Franco, toda essa carga emocional necessária para o filme não teria sido tão bem transmitida. Apesar de se passar praticamente inteiro naquela estreita fenda de rocha, o filme consegue prender a atenção de quem está assistindo. Intercalando por vezes cenas da vida de Aron, Danny equilibra bem a tensão do filme. James simplesmente se transforma em Aron, toda a dor parece incrivelmente real. Com certeza sua melhor atuação até hoje, praticamente um monólogo.

A trilha sonora de A. R. Rahman, ganhador do Oscar também por Quem Quer Ser um Milionário, não pode deixar de ser mencionada. A música trás o embalo certo para o filme, conduzindo o espectador pela jornada de Aron.

A expetacular sequência inicial de créditos também merece atenção. O trabalho de edição é impecável, o filme não podia começar de forma melhor.

127 Horas é na verdade um filme superação. Mas graças ao belo trabalho da direção e do elenco, não se torna clichê e nem cansativo. E de quebra te fornece uma ótima reflexão sobre a vida.


127 Horas está indicado ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção Original. Outra categoria que o filme poderia ter sido indicado é fotografia, as imagens do Blue John Canyon são lindíssimas.


James Franco será juntamente com Anne Hathaway, apresentador do Oscar 2011. Pelo que sei, é a primeira vez que um apresentador está também concorrendo a um prêmio. Estou curioso para ver como ele vai se virar na hora da entrega da estatueta de melhor ator!


4 Sushis!!!!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Deixe ela entrar e Deixe-me entrar

Há um pouco mais de um ano ouvi falar de um filme de terror sueco que estava fazendo sucesso em vários festivais. Filmes suecos sempre me remetem à Bergman, e portanto, filmes de ótima qualidade. Fiquei curioso e fui pesquisar. O filme em questão era Deixe ela entrar (Låt den rätte komma in), de 2008. Adquiri o filme na época, mas depois, com tantos outros para assistir, acabei deixando esse sempre para depois.
Uma refilmagem americana foi anunciada, estrelando Chloë Moretz, a incrível menina de 13 anos que impressionou a todos como a Hit Girl de Kick-Ass. Isso me empolgou, mas ainda assim, não tomei a iniciativa de assistir ao filme.
Agora, com o lançamento da refilmagem, finalmente fui assistir o original, e na mesma semana vi a nova versão. E os dois filmes são realmente belíssimos.
O filme conta a história de um garoto de 12 anos, Oskar (Owen na versão americana), o estereótipo de garoto sem amigos e vítima de bulling na escola. Um dia, muda para o apartamento vizinho ao seu uma garota aparentemente da sua idade com seu pai. O que Oskar não sabe é Eli (Abby na nova versão) é uma vampira, e começará uma perigosa e bela amizade com ela.
A trama pode não parecer tão atrativa e até mesmo pode soar semelhante à série 'Crepúsculo', mas isso é apenas a aparência. O filme na realidade é uma densa e bela fábula sobre a amizade e a solidão, que acompanha os dois personagens de formas distintas. Eli /Abby não pode fazer amigos por ser uma vampira com sede de sangue e Oskar / Owen vive fugindo dos valentões da escola, que o maltratam de forma até chocante de assistir. E é dessa solidão que surge a grande amizade dos dois. Uma amizade estranha, que começa fria e vai esquentando aos poucos, chegando a proporções inimagináveis.
O filme foi classificado como terror, mas na verdade, é um pesado drama, com pitadas de sangue. O fato de Eli/Abby ser vampira é apenas uma alegoria para retratar os problemas da adolescência.
Agora vamos falar sobre cada filme em particular.
Deixe ela entrar é um filme que se aproxima de uma obra prima. Lindamente filmado, predominam os tons de azul e cinza. As atuações são ótimas, em particular a de Lina Leandersson, que cria uma Eli contida e introspectiva, mas que transparece sofrimento. Existem cenas inspiradíssimas também, como a dos dois tocando as mãos através da porta de vidro. Simples e sem efeitos especiais, é um 'terror' cru e honesto, realmente um filme sueco digno. Não foge de alguns clichés do gênero, mas nada que atrapalhe a maestria da película de Tomas Alfredson.


Quase sempre refilmagens não dão muito certo. Poucas vezes são tão boas quanto o original, e raramente o superam. Deixe-me entrar, surpreendentemente, se iguala e em alguns momentos, ouso dizer, até supera o original. A começar pelo elenco. O trio Chloë Moretz, Kodi Smit-McPhee e Richard Jenkins é espetacular. Chloë cria uma Abby diferente da de Lina, mais misteriosa, mais assustadora e intimidante. Aliás, o filme inteiro é muito mais aterrorizante que o original. Juntou-se a essencia do filme sueco com a tecnologia americana e a experiência no gênero terror do diretor Matt Reeves, e o resultado pode sim ser chamado de terror. Não é um terror de sustos a cada cinco minutos, ou aqueles que te deixam sem dormir, mas definitivamente é terror. Mas o drama do original não é perdido. A história se sustenta bem da mesma forma, os takes são refilmados quase que um a um, de forma quase idêntica. Preste atenção na palavra 'quase'. Apesar de serem quase idênticas, as cenas diferem em seu acabamento. Os novos atores trazem uma nova interpretação da mesma história, e Matt explora as cores fortes e escuras, como o marrom e o vermelho ao invés dos tons claros do original. Isso origina uma tensão que é inexistente em Deixe ela entrar. Algumas sequências, apesar disso, são totalmente modificadas. Os assassinatos que ocorrem no decorrer da trama são feitos de forma diferente no novo filme, o que não tras prejuízo algum, pelo contrário, chega até a dar mais emoção. O roteirista também optou por criar um novo personagem, o policial, e acabar com a linearidade da trama, mas estes detalhes na verdade nada mudam. O que é realmente importante, a relação da vampira com o garoto, é mostrado tão profundamente quanto no original. A cena final torna-se ainda mais chocante e arrebatadora.



Numa era de filmes de vampiros bonzinhos inundando as salas de cinema, é sempre bom ter uma amostra do que realmente é um ótimo filme de vampiros. Esse sim honra a icônica Anne Rice! Fãs de crepúsculo, assistam e vejam como o seu tão amado Edward de vampiro não tem nada.



Deixe ela entrar: 4 Sushis!!!!



Deixe-me entrar: 4 Sushis!!!!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lua Nova


"Lua Nova" é considerado por muitos o filme mais esperado do ano. Principalmente pelas fãs da saga, que leram todos os livros e são completamente fissuradas pela história de amor entre o vampiro Edward e a humana Bella.

É com muito prazer que anuncio que já vi o filme, na pré-estreia, no dia 19, às 23:55! Depois de ficar 5 horas na fila esperando, rodeado de adolescentes (e alguns poucos adultos) histéricas e insuportavelmente talentosas em gritar e estourar tímpanos, consegui entrar na sala de cinema, assegurar um lugar bom para mim e para meus amigos, para conferir o filme com conforto. Mas o conforto logo se transformou em desconforto. Logo na cena de abertura do filme, em que é mostrada uma lua, que lentamente vai revelando o título do filme, quase tive vontade de sair da sala. Gritos de euforia inundaram a sala e me ensurdeceram momentaneamente. Segui confiante de que logo todas as fãs se manteriam caladas o resto da projeção, mas para o meu desgosto isso não ocorreu. A cada vez que um personagem aparecia pela primeira vez na película, vampiros brilhavam, lobos se tranformavam, e homens descamisados surgiam, gritos terríveis feriam meu ouvido. Resumindo, foi uma sessão de gritos de 2 horas e 10 minutos, com intervalos de 3 minutos entre eles. Simplesmente me deixaram louco. Além disso, começar a assistir um filme à meia noite pode dar sono, e foi exatamente o que aconteceu comigo. Ao final do filme, tudo o que eu queria era uma cama confortavel, para dormir e esquecer de vampiros e lobisomens.

Agora vamos ao que realmente interessa: o filme. Sei que não há a necessidade de contar a história, que a maioria já deve conhecer, mas vou resumí-la rapidamente. O filme dá continuidade à história de "Crepúsculo", e agora, Bella, a garota apaixonada pelo vampiro Edward, está em desespero por estar fazendo 18 anos. A cada dia fica mais velha que seu amado vampiro de eternos 17 anos. Em sua festa de aniversário, um acidente com um membro da família vampira Cullen faz com que Edward e sua família resolvam partir, para a segurança de Bella. De coração partido, entra em uma depressão profunda, e acha um ombro amigo (ou mais do que isso) no índiosinho Jacob. Ao mesmo tempo, Bella precisa se proteger da vampira Victoria, que está disposta a matá-la para vingar o assassinato de seu companheiro por Edward. Assim a trama segue, mostrando ainda lobisomens, e vampiros poderosos que vivem na Itália.

Basicamente é isso.

O primeiro filme da saga deixou muito a desejar. Com a direção nas mão da inexperiente e incompetente Catherine Hardwick, o resultado foi um filme fraquíssimo, estilo "Sessão da Tarde". Com a demissão desta, e a substituição pelo diretor Chris Weitz ("A Bússola de Ouro"), comecei a ter mais esperanças de que o segundo filme seria superior. Aos poucos, cenas e trailers foram sendo liberados na internet, e fiquei empolgado, pois parecia que um ótimo filme estava por vir. Doce ilusão.

Devo adimitir, o filme realmente é superior ao primeiro, não há duvidas. Mas não é tão melhor assim. As cenas de ação, o enquadramento da câmera, e os efeitos especias evoluem nítidamente. Mas isso não era exatamente difícil, comparado com o desastroso trabalho no primeiro filme. Lobos criados digitalmente deixam muito a desejar. Enquanto o leão Aslam, de "Cronicas de Narnia", também criado digitalmente, ficou incrivelmente perfeito, com uma beleza subrenatural, aparentando ser um deus, os lobisomens de Lua Nova parecem feitos com tecnologia ultrapassada, com uma pelagem extremamente artificial, que não convence a ninguém.

As atuações, como já era de se esperar, são sofríveis, por parte do trio principal. Kristen Stewart (Bella) congela sua expressão de "estou com dor de barriga" o filme inteiro, e não consegue transmitir nem um terço da emoção necessária para o papel. Robert Pattinson (Edward) consegue estragar toda cena em que aparece, com sua cara de galã de novela da Globo, e sua voz monótona, sem expressão e terrívelmente sonolenta e "anti-sexy". Taylor Lautner (Jacob) consegue ainda uma maoir simpatia do público por possuir carisma e conseguir mudar de expressão de acordo com a cena. A única coisa que realmente me incomoda nele é a sua voz nazal enfadonha. Por outro lado, a coadjuvante Ashley Greene, que interpreta a vampira Alice, melhorou muito a sua atuação, e neste filme, ilumina toda cena em que aparece. Novos nomes no elenco como Michael Sheen (Aro) e Dakota Fanning (Jane) fazem o filme ficar muito melhor. Michael nunca desaponta com suas atuações, fica simplesmente perfeito como Aro. Dakota é atualmente uma das melhores atrizes da sua idade (tem apenas 15 anos!). Jane é sua primeira vilã, e a jovem mostra que, com o mesmo talento de sempre, consegue criar uma perversa e cruel vampira.

O filme é muito fiel à história do livro em que é baseado. É até fiel demais. Li o livro e tive a impressão que o melodrama no filme cresceu em uma proporção absurda. Em toda cena, sem excessão, em que Edward e Bella aparecem juntos, há uma enchurrada de frases como "Eu não consigo viver sem você" ou "Você é a minha vida". É um exagero sem tamanho, o filme se torna mel puro. Para as fãs, todo esse melodrama é o máximo, mas para os menos viciados e os que desconhecem a saga ficarão certamente enjoados de tantas falas repetitivas e "fofas". Doce, doce, doce... Isso realmente pode incomodar a muitos e fazer com que percam o interesse antes do final.
A trilha sonora do filme tem altos e baixos. Há canções interessantes, como "I Belong To You" do Muse, que se destaca visivelmente, e outras de bandas como The Killers e Death Cab for Cutie. Mas também há músicas desastrosas, simplesmente impossíveis de ouvir. "Possibility", da cantora Lykke Li (nunca ouvi falar!) é insuportável, dói nos ouvidos, e a voz estridente da garota deixa qualquer um louco. A música que Thom Yorke fez para o filme era muito esperada, mas o resultado foi decepcionante. "Hearing Damage" é uma das piores faixas do álbum, um Thom Yorke irreconhecível, com uma batida irritante, simplesmente intragável.

Mas nem tudo é ruim em Lua Nova. Cenas como a da perseguição à vampira Victória, dos vampiros do Clã Volturi, e as cenas de abertura e final, são muito bem feitas, e certamente vão satisfazer imensamente todos os fãs. O filme garante um bom divertimento para uma noite de final de semana, mas nada muito profundo.

Posso dizer que Lua Nova é um perfeito exemplar de filme "água com açúcar", e bota açúcar nisso. Aviso: diabéticos, pensem bem antes de ver Lua Nova.
Nota: 2 1/2 Sushis!! (Estava em dúvida entre dois e três)

sábado, 5 de setembro de 2009

O Poderoso Chefão


Finalmente assisti ao clássico "O Poderoso Chefão". Estava namorando o box da trilogia toda vez que passava em uma Saraiva, e finalmente comprei. E não me arrependi. Por enquanto só assisti ao primeiro filme, mas já estou satisfeitíssimo. A obra-prima de Francis Ford Coppola, de 1972, com certeza é um dos melhores filmes americanos de todos os tempos.

Nem tenho muito o que dizer, o filme é praticamente perfeito, um retrato incrível da máfia italiana nos EUA. Atuações estupendas e paisagens magníficas, com cenas recheadas de diálogos densos e inteligentes. Al Pacino, como sempre, inacreditavelmente competente, e ao seu lado um dos melhores (senão o melhor) ator de todos os tempos: Marlon Brando. Os dois são pai e filho no filme, e criam uma sintonia incrível. Brando, com sua voz rouca e cara de durão (usou durante toda a gravação algodão nas bochechas para mudar o formato do rosto e a voz, para adequá-los ao personagem) consegue criar um real e perfeito Don Corleone. Al Pacino, em brilhante interpretação, faz Michael, o sucessor como chefe da familia mafiosa, e novo Don Corleone.

O filme se desenvolve de forma impressionante, e mantém o público extasiado do início ao fim.

Sobre a trama, não há muito o que dizer, mostra a disputa entre as principais familias da máfia italiana nos EUA, e todo o esquema por trás dela.

Um clássico que deve ser visto por todos, ganhador do Oscar de Melhor Filme, e que é indispensável na prateleira de qualquer amante de cinema. A nota vocês já devem ter deduzido....

Nota: 5 Sushis!!!!!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dançando no Escuro


Acabei de desligar o aparelho de DVD e já vim correndo escrever sobre o filme. Ainda estou em estado de choque e quero comentar sobre o filme enquanto ainda tenho suas chocantes cenas na mente. O filme do qual estou falando é "Dançando no Escuro", de Lars Von Trier, do ano de 2000.
Sem palavras é como eu realmente estou no momento. "Dançando no Escuro", como já havia lido, simplesmente choca a quem o assiste, e ao mesmo tempo, pode encantar. A história extremamente sofrida de Selma (Björk) é capaz de tocar até mesmo os mais insensíveis, uma história de luta, sofrimento, dor e amor. Lars Von Trier conduz o filme de forma e fazer o público sofrer juntamente com a personagem principal, que come o pão que o diabo ameaçou, tudo para salvar seu filho. E ainda por cima, vai ficando cega no decorrer do filme! O musical teve todas as suas músicas compostas por Björk, que também as canta. A cantora islandesa, famosa por ser uma figura bizarra, consegue uma atuação inacreditávelmente real, que lhe rendeu (mais que merecidamente) a Palma de Ouro de Melhor Atriz do Festival de Cannes.
Basicamente, o filme conta a saga de Selma, uma imigrante Tcheca, mãe solteira que trabalha numa usina têxtil no norte rural dos EUA. Vive em um trailer com seu filho Gene, de 12 anos. Seu único alento está na paixão pela música e pelos números de canto e dança dos musicais hollywoodianos, e assim consegue misturar sua triste realidade com a felicidade da música. Selma esconde um grande segredo de todos: possui uma doença hereditária, em que vai perdendo a visão, dia após dia. Consegue lidar com a cegueira, mas luta para conseguir bancar uma cirurgia para seu filho não sofrer da doença que está condenado a possuir. Quando suas poucas economias são roubadas, um incidentemudará para sempre sua vida, e assim caminhará rapidamente para seu trágico e inevitável final.
O filme é uma deslumbrante viagem de imagens e sons, a voz delicada e alternativa de Björk embala as canções que ajudam Selma a driblar todas as desventuras por que passa. Lars Von Trier dirige o filme com sua habitual e peculiar maneira, filmando com câmera na mão (o que pode causar leves náuseas aos mais sensíveis)e tiranto toda música de fundo, deixando as músicas de Björk como as únicas melodias do filme.
Se você está em busca de um musical tradicional, passe longe de "Dançando no Escuro", que choca com suas cenas fortes e por vezes violentas. Mesmo assim é um filme que vale a pena assistir, com uma mensagem de coragem e amor, e uma atuação inspiradora de Björk.
Outra atriz excelente do filme, é a já veterana atriz francesa Catherine Deneuve, que interpreta com louvor a amiga fiel e inseparável de Selma.
"Dançando no Escuro" é uma obra-prima de Von Trier ganhadora do Festival de Cannes e com certeza vale a pena ser vista.
Nota: 5 Sushis!!!!!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sobre Meninos e Lobos

Para inaugurar o Sushi de Ouro, vou iniciar com o filme "Sobre Meninos e Lobos", de Clint Eastwood, do ano de 2003.
Para mim esse filme tem uma história curiosa. Nessas últimas férias de julho, assisti um filme chamado "Um Sonho de Liberdade", que comprei na coleção Cinemateca Veja. O protagonista do filme é interpretado por Tim Robbins. Simplesmente adorei o filme e fiquei impressionado com a atuação deslumbrante de Robbins. Resolvi ver mais filmes do ator, e "Sobre Meninos..." se destacou, por ter dado à Tim o Oscar de Ator Coadjuvante. Assisti ao filme e gostei muito.

No colégio em que estudo, há uma atividade opcional, o Clube de Cinema. Lá discutimos sobre filmes definidos pelos professores. Na primeira semana de aula, para minha surpresa, vi que o próximo Clube de Cinema seria de "Sobre Meninos e Lobos". Achei ótimo, assim poderia discutir o filme com mais pessoas, e ouvir diferentes pontos de vista.

Bom, agora vamos ao que interessa, vamos falar sobre o filme. "SMEL" é dirigido por Clint Eastwood, um diretor indiscutívelmente formidável. Nesse filme, mantém o clima sombrio e pesado característicos de seus filmes.

O filme acompanha a trajetória de três companheiros de infância, Jimmy (Sean Penn), Dave (Tim Robbins) e Sean (Kevin Bacon). Ainda crianças, Dave é sequestrado enquanto brincam, abusado, mas consegue fugir. Esse acontecimento muda a vida dos três para sempre. O tempo passa, e os amigos se distanciam, apesar de ainda morar nas proximidades. Um novo desastre faz com que cruzem seus caminhos novamente. A filha de Jimmy é assassinada e Dave é suspeito do crime. Sean se tornou policial, e investiga o caso. O filme segue traçando as características psicologicas de cada um, e mostra como o sequestro de Dave influenciou a todos.

Clint dirige o filme com maestria, um drama mesclado com thriller. Mas desde já é bom dizer que este não é um filme de suspense policial, em que descobrir quem é o assassino é o mais importante. O filme é na verdade um thriller psicológico, que critica o comportamento humano.

As atuações são brilhantes, principalmente a de Sean Penn. Ganhou seu primeiro Oscar nesse filme,em que constrói um Jimmy realista, com todos os seus defeitos, explosivo, e que quer fazer justiça com suas próprias mãos, vingar a morte da filha. Uma atuação intensa, merecedora do Oscar. Não menos importante é Tim Robbins, que no papel do conturbado Dave, consegue transmitir toda a sua angústia e medo, originários do abuso sofrido quando cirança. O elenco coadjuvante também é estrelar, contando com Laura Linney e Marcia Gay Harden, nos papéis das esposas de Jimmy e Dave.

Concluindo, "Sobre Meninos e Lobos" é um filme incrível sobre o comportamento do homem, suas atitudes e consquências, e como um fato pode mudar a vida de inúmeras pessoas. Com certeza um must-see!

Nota: 5 Shushis!!!!!