terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Amor e Outras Drogas

Comédia romântica é provavelmente o gênero que mais origina filmes. E infelizmente, é também o gênero que mais origina filmes ruins. A fórmula hollywoodiana repete-se continuamente na vasta maioria dos casos. É raro um filme que foge ao padrão "menino conhece menina, no começo não se dão bem, mas no final acabam juntos". (500) Dias com Ela foi uma feliz excessão à essa regra, renovando esse gênero cada vez mais desgastado.


O Amor e Outras Drogas não é o novo (500) Dias com Ela, a fórmula hollywoodiana básica encontra-se lá. Mas ainda assim consegue sair do "mais do mesmo", graças às excelentes atuações de Jake Gyllenhaal e principalmente de Anne Hathaway. Além disso, a história arrisca-se em temas não muito explorados em comédias, como a indústria farmacêutica e o Mal de Parkinson.


O filme é dirigido por Edward Zwick, um novato nas comédias mas experiente com dramas e épicos. Dirigiu filmes premiados como Diamante de Sangue e O Último Samurai. E com essa experiência, consegue diferenciar O Amor... de outras produções do gênero.


Na trama, ambientada em 1996, Jamie Randall é um legítimo conquistador e aproveita seu sucesso com as mulheres para se tornar um exímio comerciante. Após largar a faculdade de medicina para desafiar o pai, Jamie entra no inescrupuloso mundo da indústria farmacêutica e usa seu tino comercial para convencer hospitais a aceitarem amostras grátis do antidepressivo produzido pela empresa em que trabalha. E é em uma dessas visitas à hospitais que conhece Maggie Murdock, uma jovem de 26 anos que sofre de Mal de Parkinson. Como não poderia deixar de ser, no início há um pequeno atrito, mas nada que dure mais de dez minutos. Adeptos do sexo casual, passam a se encontrar frequentemente. E isso, "surpreendentemente", evolui para amor, apesar de toda a resistência de Maggie, que por causa de sua doença nunca quis se apaixonar.


O enredo não é nada espetacular, mas Anne consegue transmitir toda a dor de uma pessoa jovem condenada a viver até o fim da vida com uma doença sem cura. Jake mostra que apesar de todo o charme que tinha, era uma pessoa vazia por dentro, que nunca disse "eu te amo" na vida. O casal possui uma química incrível, já explorada anteriormente em O Segredo de Brokeback Mountain, mas não de forma tão intensa. A combinação dos dois é tanta, que chega-se a esquecer que aquilo é apenas um filme e que não estão apaixonados de verdade. As inúmeras cenas de sexo, bastante explícitas por sinal, não são nada apelativas ou vulgares. Servem apenas para reforçar a forte atração do casal.


O pano de fundo, a indústria farmacêutica, trás também uma crítica, apesar de não ser amplamente explorada. Até que ponto os remédios que tomamos são realmente eficazes, já que o que realmente importa nessa indústria não é a eficácia, mas sim dominar o mercado? Ótimas tiradas cômicas provém também desse núcleo, como o mendigo que cura sua depressão com remédios da empresa adversária que Jake joga na lixeira, e as cenas envolvendo o Viagra, droga então recém descoberta.


O Amor e Outras Drogas tenta, mas não consegue abandonar totalmente os clichês. Mas ainda assim consegue um lugar de destaque dentre as inúmeras comédias românticas, trazendo um roteiro bem trabalhado e ótimas atuações, coisa que seus concorrentes raramente possuem.

4 Sushis!!!! (fui bem bonzinho, ahahaha)

Um comentário:

  1. Esse final de semana de frio foi bom pra eu ver umas comédias românticas que ainda não tinha visto, como esse filme. Achei bem bonitinho! Me envolvi bastante com a história e confesso que quase chorei no final (ou quase final). Muito legal seu texto.

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